10 Mar
Comunicação Não-Violenta

Também conhecida como comunicação compassiva ou empática, é uma metodologia comunicacional desenvolvida pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg, que apoia o estabelecimento de relações de parceria e cooperação, em que predomina comunicação eficaz e com empatia. A CNV nos estimula a desenvolver habilidades de linguagem e comunicação que fortalecem a capacidade de continuarmos humanos, mesmo em condições adversas. 

A CNV enxerga uma continuidade entre as esferas pessoal, interpessoal e social, e proporciona formas práticas de intervir nelas. Aqueles que se apoiam na comunicação não violenta consideram que todas as ações são originadas numa tentativa de satisfazer necessidades humanas, mas tentam fazê-lo evitando o uso do medo, da vergonha, da acusação, da ideia de falha, da coerção ou das ameaças. 

Um princípio-chave da comunicação não violenta é a capacidade de se expressar sem usar julgamentos de "bom" ou "mau", do que está certo ou errado. A ênfase é posta em expressar sentimentos e necessidades, em vez de críticas ou juízos de valor. 

A CNV nos ajuda a nos ligarmos uns aos outros e a nós mesmos, possibilitando que nossa compaixão natural floresça. Ela nos guia no processo de reformular a maneira pela qual nos expressamos e escutamos os outros, mediante a concentração em quatro áreas: 

As ações concretas que estamos observando e que afetam nosso bem-estar (observação);

Como nos sentimos em relação ao que estamos observando (sentimento);

As necessidades, valores, desejos que estão gerando nossos sentimentos (necessidades), e; 

As ações concretas que pedimos para enriquecer nossa vida (pedido).

Marshall Bertram Rosenberg foi psicólogo, americano, nascido em 1934 e falecido em 2015. Em 1961 obteve seu PHD em psicologia clínica pela Universidade de Wisconsin - Madison. No começo dos anos sessenta, em sintonia com o movimento dos direitos civis americano, Rosenberg começou a trabalhar como orientador educacional em escolas e universidades que abandonavam a segregação racial, processo este que não pôde ser chamado de transição pacífica. 

Durante este período tenso, porém frutífero, Rosenberg providenciava arbitragem e treinamento em técnicas comunicativas. Foi neste pano de fundo que desenvolveu um método comunicativo chamado Comunicação Não-Violenta (CNV). 

Antes de sua morte, Rosenberg viajava para mediar conflitos e levar programas de paz a regiões assoladas por guerras, como Sérvia, Croácia e Ruanda, mas o interessante é notar que sua estratégia serve também para apaziguar os combates verbais do nosso dia-a-dia. Segundo Marshall Rosenberg, é na maneira como falamos e ouvimos os outros que está a chave para o problema das desavenças e discórdias.