A sociedade convive num ambiente de competição onde a mulher deixa de impor seus limites físico, esquece dos ciclos e entra em termos de igualdade para ser masculina. Passa a lutar por uma igualdade, mas não se apropriando da energia feminina e sim se apropriando da energia masculina de dominação e controle que começa a utilizar em seu próprio interesse e incentivar a sua própria ambição. Desta forma, a mulher entra nesse ambiente de competição masculino e passa a buscar a sua igualdade a partir de uma igualdade no sistema. Isso não satisfaz a alma feminina. Isso as leva a uma exaustão profunda, pois está em desacordo com a natureza feminina.
A energia masculina é a energia da proteção, a energia que dá o impulso inicial, mas o caminho só é bem conduzido se for de maneira amorosa e suave, mantendo o respeito às características femininas, buscando o equilíbrio natural. Só a opressão do feminino não levará a esse caminho. A energia masculina é o aspecto focalizado no exterior, é a parte de Deus ou espírito que leva à manifestação externa, que faz o espírito se materializar e tomar forma, conhece uma forma de criação intensa. Para esta energia é natural estar extremamente focalizado e orientado para uma meta.
É isso que os homens da nossa sociedade foram ensinados a fazer, individualmente correrem o tempo todo atrás de uma meta, porém, mantendo-se sozinhos.
A energia feminina é a energia do lar, da fonte primordial. É a energia que nos faz internalizar, que nos conduz para dentro, é o aspecto interno das coisas. Enquanto a energia masculina exterioriza, busca metas, a feminina busca o autoconhecimento, confia na intuição, busca os sentimentos.
Hoje temos uma mulher que se põe em posição de igualdade com o homem a partir de um ambiente de competição. Isso leva a um desgaste profundo, pois a mulher precisa trabalhar em jornada igual à dos homens, é responsável pelo lar, cuida dos filhos, deixa a casa em ordem. As mulheres estão postas na sociedade com acúmulo, com sobrecargar de funções. Isso gera estresse.
As mulheres foram despojadas de seus direitos e buscam uma igualdade de direitos em relação ao homem, mas essa igualdade vem de uma forma a desrespeitar a natureza da mulher, pois o poder original do feminino é o poder do ventre, é o poder de estar vitalizado e ancorado na terra. Por sua natureza, a mulher se sente conectada à terra e ao ritmo de suas estações.
A mulher tem ciclos, tem fases durante o mês, está muito conectada à terra, porém isso se perdeu ao longo do tempo. A conexão da mulher com o ventre foi se perdendo ao longo do tempo, gerando uma conduta em desequilíbrio da mulher, onde ela se obriga a dar mais de si, a doar mais de si do que geralmente faria, pois é incapaz de assumir seu espaço pessoal e estabelecer limites, limites para si própria e para a sociedade, está o tempo todo correndo e atendendo as pessoas e não tem tempo para si, não tem tempo para respeitar o seu ciclo pessoal.
No mundo moderno, a mulher perde a sua autoestima e deseja se reequilibrar se igualando ao homem, a mulher está com os chakras inferiores em desequilibrio, pois se fecha no ventre ao tentar se igualar com os homens, esquece do seu ciclo e essa energia que ela contém no ventre é totalmente esquecida, desconectando-se assim com a sua própria natureza.
Para o reequilibrio de nossa sociedade, é necessário fazer a reconexão da mulher com o seu ventre, com os seus ciclos. E o homem também se encontra em desequilíbrio, pois o homem, com essa moralidade onde os meninos são incentivados a se diferenciar, a competir, tornando-se muito difícil para aqueles que não gostam de competir, que não é natural, porém, o homem dentro da nossa sociedade tem que cair nesse ambiente de competição, perdendo assim a conexão com os seus sentimentos, deixando de ser vulnerável, não mostrando a sua vulnerabilidade, perdendo a sua própria intuição, seus próprios sentimentos, pois o homem abafa a energia feminina que todos nós trazemos dentro de si.
Portanto, tanto a mulher deixa de impor limites à sociedade, passa a trabalhar como o homem, tendo o tempo todo que atender à família, aos filhos, não tendo mais limites para si e por outro lado, o homem embrutecido, sem sentimentos, sem intuição, totalmente racional feito para produzir.
Assim, o desequilíbrio das energias femininas causa graves efeitos tanto no homem quanto na mulher. Vemos ambos os sexos em desequilíbrio, o homem que não olha para dentro de si, não toma contato com sua intuição e a mulher que perde a sua autenticidade, assumindo a energia masculina para si.
O mundo moderno causa às mulheres uma raiva/frustração armazenada dentro delas, reprimindo essas emoções de raiva ou frustração, pois a raiva evoca o medo e faz com que elas se sintam impotentes diante da sociedade. Há uma raiva dentro da mulher porque ela passa a lutar contra o seu próprio ciclo, ela não tem mais o direito de ter uma semana que está com os hormônios à flor da pele, não tem mais o direito de ter essa variação de humor que é natural da mulher.
E o homem passa a não ter mais o direito de ter sentimentos, de chorar, de ter intuição, de buscar dentro de si a sua verdade, dentro do seu coração.
Para que possamos trazer o equilíbrio ao nosso mundo, os homens devem buscar sua conexão interior e as mulheres devem buscar sua conexão com a terra, com o corpo, passar a impor limites na sociedade, passar a buscar os seus próprios limites, parar de ser aquela mulher que quer atender a todos, que precisa atender a todos, que precisa cumprir a todos, passar a se conectar com os seus próprios ciclos interiores, com os seus próprios ciclos de existência, voltar a se conectar com as energias do ventre.
Recomendamos para as mulheres para que elas tragam todas as relações com seus maridos, filhos, até o seu ventre, relaxem, imaginem aquela relação, e tragam essa energia dessa relação ao seu ventre e pergunte ao ventre, como eu me sinto em determinada área de minha vida? E a partir daí, você sente o seu corpo, seu ventre consegue relaxar num relacionamento? Você se sente aceita? É livre para ser você mesma? Ou sente que precisa fazer um grande esforço e portar-se de um modo que não é natural? Talvez se sinta sem energia quando está com outra pessoa, nesse caso a sua consciência sobe em direção à sua cabeça, as energias saem do ventre.
Ao admitir esse próprio medo, você transforma esse medo dentro de si. Quando você coloca essas energias no seu ventre e esses medos começam a vir, o que você tem que fazer é admimiti-los, a partir daí a mulher começa novamente a se conectar com o seu lado feminino e a impor respeito para si e para todos aqueles que ela convive em seu dia a dia.
Em resumo, a mulher precisa se conectar com o seu ventre, trazer essas experiências, sentir as suas dores, e o homem precisa se voltar para dentro, ouvir a sua intuição, ouvir o seu sentimento. Somente a partir desse equilíbrio do masculino com o feminino é que teremos um mundo mais equilibrado.