25 Apr
Cooperação x Competição

Nash trouxe o elemento cooperação à teoria dos jogos com o objetivo de ganhos mútuos, isto é, os envolvidos maximizariam os seus ganhos se adotassem estratégias colaborativas ao invés de ter apenas um vencedor e outro perdedor. O equilíbrio seria fundamental para ambos.

"(...) o equilíbrio é um par de estratégias em que cada uma é a melhor resposta à outra: é o ponto em que, dadas as estratégias escolhidas, nenhum dos jogadores se arrepende, ou seja, não teria incentivo para mudar de estratégia, caso jogasse o jogo novamente. Por outra perspectiva, o equilíbrio de Nash seria a solução conceitual segundo a qual os comportamentos se estabilizam em resultados nos quais os jogadores não tenham remorsos em uma análise posterior do jogo considerando a jogada apresentada pela outra parte. Na teoria dos jogos (e na autocomposição) pode se utilizar esta solução conceitual como forma de prever um resultado."

No filme Uma Mente Brilhante, estrelado por Russel Crowe, Nash exemplifica a aplicação da teoria dos jogos na cena em que ele e seus amigos, em um bar, se interessam pela mesma jovem, acompanhada de outras garotas. A estratégia mais favorável, para que ninguém ficasse sozinho, seria cada um investir em uma garota diferente ao invés de todos focarem na mesma jovem.

Assim, conclui-se que, no caso de relações continuadas, as opções com maiores ganhos tanto sob o ponto de vista individual quanto coletivo são as que derivam de ações cooperativas com ganhos mútuos entre os participantes.

O estímulo à competição faz parte da história da civilização. Perpetua-se, de geração a geração, a cultura de que há um vencedor e um perdedor, a exemplos dos jogos escolares (uma turma contra a outra) e dos esportes em geral. Logo os resultados, colhidos de forma individual, ficam aquém se adotássemos uma perspectiva colaborativa. 

Na competição, as necessidades de apenas uma das partes são levadas em consideração e a busca é para a sua satisfação integral, sem margem para qualquer concessão. O eu individual fala mais alto pouco importando com as conseqüências de tal postura. A “balança da justiça” fica desequilibrada, pois penderá sempre para o lado do mais forte. 

Na cooperação, surge o “nós”, o coletivo, o trabalho conjunto. É possível que os envolvidos colham resultados positivos, ainda que as suas necessidades não sejam satisfeitas em sua integralidade. Palavras como concessão, colaboração, ganhos mútuos, preservação de vínculos fazem parte do espírito cooperativo, o que equilibra a “balança da justiça”.