17 May
Empirismo

É uma corrente filosófica referente à teoria do conhecimento com origem na filosofia aristotélica. O termo empirismo advém da palavra grega empeiria, que significa experiência. Na Modernidade, quando a possibilidade do conhecimento se tornou central para a produção filosófica, a corrente empirista foi impulsionada por filósofos como Thomas Hobbes, John Locke e David Hume.

Estes se opunham aos racionalistas, defensores do conhecimento puramente racional e não dependente da experiência. Os racionalistas eram, consequentemente, inatistas, pois defendiam a existência do conhecimento inato no ser humano, ou seja, que o conhecimento já está inserido no intelecto humano.

O empirismo, basicamente, defende que todo o conhecimento advém da experiência prática que temos cotidianamente, que as nossas estruturas cognitivas somente aprendem por meio da vivência e das apreensões de nossos sentidos.

O filósofo inglês John Locke foi um dos principais representantes do empirismo britânico. O empirismo defende que toda a nossa estrutura cognitiva é formada com base na experiência prática, de modo que, quanto mais vastas, intensas e ricas as nossas experiências, mais amplo e profundo se torna o nosso conhecimento. Aristóteles já defendia que o conhecimento advém da experiência, contrariando as teses platônicas, essencialmente inatistas.

John Locke, um dos principais empiristas da Modernidade, afirmou que o ser humano é uma tábula rasa. A tábula era um instrumento romano de escrita, feito com cera. As pessoas escreviam na cera com uma espécie de estilete e, quando queriam apagar, bastava raspar ou derreter esse material.

Quando a tábula estava sem inscrições, era chamada de tábula rasa. Esta pode ser comparada a uma folha em branco. Isso significa que o ser humano nasce sem nenhum conhecimento e é preenchido de acordo com as vivências que ele adquire. O empirismo moderno foi defendido por filósofos como Thomas Hobbes, Francis Bacon, John Locke e David Hume, o que pode classificá-lo como, essencialmente, britânico.

Hobbes retomou a teoria do conhecimento aristotélico para enumerar o conhecimento como o despertar de vários graus, a saber: a sensação, a percepção, a imaginação, a memória e a experiência. A sensação é o primeiro despertar do conhecimento, que fornece dados para a percepção. A percepção, por sua vez, ativa a imaginação (somente imaginamos aquilo que podemos, de algum modo, conhecer na prática). Tudo isso gera dados que podem ativar a memória e o acúmulo de memória constitui o conjunto de saberes denominado experiência.

Bacon é o primeiro grande teórico do método filosófico e científico da indução. O método indutivo afirma que o conhecimento rigoroso é obtido pela repetição de experiências e pode ser controlado por meio da observação metódica do ser humano.

Locke formula uma espécie de empirismo crítico. A epistemologia de John Locke admite que há apenas uma categoria inata no ser humano: a capacidade de depreender conhecimento com base nas experiências. Segundo Locke, as estruturas cartesianas erram, desde o início, ao separar o ser humano em duas categorias distintas: corpo e alma. Segundo o filósofo, o ser humano é composto por corpo e alma simultaneamente, sem separações. E isso faz com que a alma impulsione o corpo a conhecer, pois não há qualquer tipo de conhecimento racional inato.

Para Hume, as ideias não são inatas, mas derivam das sensações e das percepções que o ser humano adquire. As sensações e percepções são fruto de um conjunto de vivências que adquirimos por meio dos sentidos. O que determina o grau e a capacidade de conhecimento humano são o nível e a intensidade das experiências adquiridas pelos sentidos.