04 May
Outridade

Quando o homem se percebeu como pessoa social e com isso, detentora de direitos, houve a necessidade de garanti-los, de positivá-los, de a eles serem conferidos a devida proteção jurídica. Há a Declaração Universal dos Direitos Humanos, um marco nesse sentido, ao elevar direitos reconhecidos como fundamentais à dignidade da pessoa humana.

E em uma sociedade dinâmica, a cada estreitamento de vínculos, novos direitos vão surgindo, derivados da essência da dignidade da pessoa humana, com o objetivo de construir uma sociedade livre, justa e solidária, a exemplo do direito ao esquecimento, também chamado "direito de ser deixado em paz", considerado como consequência do direito à vida privada (privacidade), intimidade e honra.

Emerge então um novo conceito, outridade. Há os que consideram outridade como sinônimo de alteridade, o que significa que todo homem social interage e é interdependente de outros indivíduos. É muito similar ao conceito de Alteridade defendido pelo filósofo Mikhail Bakhtin, ou seja, o ser humano depende de outro ser humano para constituir uma relação social. É a ideia de ser humano plural.

Assim alteridade e outridade são faces da mesma moeda, possuindo como espinha dorsal o enxergar e o sentir o outro, como semelhante e não como um estranho, apesar das diferenças, tanto físicas, sociais e econômicas. A diferença tênue reside no grau de conexão com o outro, a ponto de ser empático.

Semelhanças entre alteridade e outridade: Interação Social; Interdependência de outros indivíduos; Enxerga e sente o outro como semelhante e não como um estranho.

Diferenças: Alteridade - enxerga o outro em essência, apesar das diferenças, de tal maneira que sabe lidar com elas sem deixar o outro desconfortável ou deslocado. Seria "atuação simpática, gentil".

Outridade - Capacidade de se colocar no lugar do outro, em clara demonstração de atuação empática.