Presença e olhar – Oferecer empatia é estar presente de corpo e pensamento. Não adianta escutar alguém com a mente longe do que está sendo falado naquele momento.
Para Rosenberg, a empatia está em nossa capacidade de estarmos presentes. O corpo precisa comunicar presença, devemos oferecer presença, atenção e olhar empático.
Bocejar, olhar para o relógio demonstram total falta de interesse e consideração com o próximo. Precisamos focar no que a pessoa está comunicando naquele momento sem desviar o olhar e o pensamento.
Precisamos olhar para a alma da pessoa, não ter interesse em algo que a pessoa pode nos oferecer. O olhar de uma criança para seu pai ou mãe nos seus primeiros meses de vida demonstram completa empatia, ou seja, naturalmente somos seres que se importam com o outro. O que não podemos deixar é que as circunstâncias da vida nos tire a capacidade natural que temos de oferecer empatia.
Escuta ativa – Em um primeiro momento escutamos o que é dito através da escuta ativa/paráfrase. Não interpretando, analisando ou dando sua opinião, basta parafrasear com as dicas: “Eu ouvi você dizer...” “Eu escuto que você...” “... e isso mexe muito com você...”.
A – Escuta;
B – Resume o que ouviu;
C – Escuta.
Não interrompa, na comunicação, as pessoas oferecem pausas e nesses momentos devemos pontuar as falas. Não é simples repetição, mas uma demonstração de que as palavras dela são importantes e que você realmente escutou o que ela estava falando.
Para isso, deve haver conexão, ou a pessoa pode interpretar suas paráfrases como algo pejorativo ou deboche. Pratique a escuta ativa, pois quando a pessoa é compreendida, ela pode ser curada.
Marshall Rosenberg testemunha em seu livro que por várias vezes viu pessoas transcendendo os efeitos paralisantes da dor psicológica, quando tiveram contato suficiente com alguém que as escutou com empatia. Como ouvintes, não precisamos de insights sobre dinâmica psicológica ou de treinamento em psicoterapia.
O que é essencial é a nossa capacidade de estarmos presentes em relação ao que realmente está acontecendo dentro da outra pessoa – em relação aos sentimentos e necessidades únicos que uma pessoa está vivendo naquele mesmo instante.
Identificação de sentimentos e necessidades - Para exercer empatia na comunicação precisamos de disposição e vulnerabilidade. Declare a necessidade que é causa de seu sentimento ou tente identificar a necessidade que causou o sentimento na outra pessoa. Quando nossas necessidades se encontram, temos sensações felizes e agradáveis; quando elas não se batem, temos sensações desagradáveis.
Ao compreender o sentimento, você pode encontrar a necessidade subjetiva. Afirmar a necessidade, sem julgá-la moralmente, lhe dá clareza sobre o que ocorre no seu coração ou no do outro no instante da conversa.
Exemplo: “vejo que você afasta o olhar enquanto falo. Sinto-me desconfortável, pois preciso de um pouco de contato agora”.
Estarmos sempre buscando sanar nossas necessidades não quer dizer que tenhamos consciência delas nem que saibamos comunicá-las. Pelo contrário, somos treinados culturalmente a mentir sobre como nos sentimos, inclusive para nós mesmos, a ponto de perdermos contato com o que sentimos de verdade.
Faça observações que estão levando você a sentir necessidade de dizer algo. Devem ser observações puramente factuais, sem julgamento ou crítica.
Exemplo: “são duas da manhã e eu escutei seu rádio tocando” é um fato observado, enquanto que “já está tarde para fazer essa barulheira” é uma crítica.
Pessoas normalmente discordam de críticas por valorizarem as coisas de maneiras diferentes, mas fatos observáveis abrem espaço para a comunicação. Afirme o sentimento que a observação lhe desperta e escute o que o outro está sentindo.
Nomear a emoção, sem julgamento moral, permite que os interlocutores se conectem e tenham respeito mútuo. Exemplo: “vejo que seu cachorro está correndo por aí latindo e sem coleira. Fico meio assustado”.