As civilizações foram mudando os seus focos de ser para ter. Antigamente, no Egito por exemplo, as pessoas buscavam ser imortais. Na Grécia, buscavam ser mais racionais, filósofos. Hoje, busca-se ter mais, o enfoque saiu da pessoa para a coisa, para o objeto.
Essas civilizações antigas tiveram as suas quedas, mas sempre havia outra em paralelo ascendendo e assim, pensou-se que o ser humano estava aprendendo e evoluindo por erro e acerto. Todavia, a queda da civilização atual levaria a um cenário caótico global, pois o TER é algo seguido por todo canto do mundo.
O acúmulo material preenche um vazio exterior, mostra claramente o vazio interno da pessoa e como ela precisa se objetificar, como ela se nivela por aquilo que ela possui, e não por aquilo que ela de fato é. Acaba virando uma disputa, às vezes dela com ela própria, de acumular mais e mais coisas.
Essa busca incessante é algo finito, o ter é finito, nosso lar - a Terra, possui recursos finitos para prover a parte material, por isso, destroi-se a natureza excessivamente para a manutenção deste estilo de vida. Usa-se a natureza para nos servir e não se convive em conjunto com ela, não há respeito pela vida, pela existência dos demais seres, não há unidade, não há harmonia.
Caso sejamos capazes de voltar o foco para o ser - algo infinito, poderemos passar a conviver em harmonia e unicidade com a natureza. Pois, aí então, seremos capazes de respeitar as demais formas de vida e coexistir, cada um ocupando o seu espaço dentro do maravilhoso ciclo da vida.
O ser é um processo interiorizado, de dentro para fora, envolve abraçar quem você é e ir se lapidando dia após dia. Aqui reside a evolução, ascensão, desenvolvimento, enfim, todo e qualquer progresso humano, de corpo, alma e espírito habita o SER; o TER é apenas uma distração ilusória criada pelo ego.