29 Aug
Ter e Ser

As civilizações foram mudando os seus focos de ser para ter. Antigamente, no Egito por exemplo, as pessoas buscavam ser imortais. Na Grécia, buscavam ser mais racionais, filósofos. Hoje, busca-se ter mais, o enfoque saiu da pessoa para a coisa, para o objeto.

Essas civilizações antigas tiveram as suas quedas, mas sempre havia outra em paralelo ascendendo e assim, pensou-se que o ser humano estava aprendendo e evoluindo por erro e acerto. Todavia, a queda da civilização atual levaria a um cenário caótico global, pois o TER é algo seguido por todo canto do mundo.

O acúmulo material preenche um vazio exterior, mostra claramente o vazio interno da pessoa e como ela precisa se objetificar, como ela se nivela por aquilo que ela possui, e não por aquilo que ela de fato é. Acaba virando uma disputa, às vezes dela com ela própria, de acumular mais e mais coisas.

Essa busca incessante é algo finito, o ter é finito, nosso lar - a Terra, possui recursos finitos para prover a parte material, por isso, destroi-se a natureza excessivamente para a manutenção deste estilo de vida. Usa-se a natureza para nos servir e não se convive em conjunto com ela, não há respeito pela vida, pela existência dos demais seres, não há unidade, não há harmonia.

Caso sejamos capazes de voltar o foco para o ser - algo infinito, poderemos passar a conviver em harmonia e unicidade com a natureza. Pois, aí então, seremos capazes de respeitar as demais formas de vida e coexistir, cada um ocupando o seu espaço dentro do maravilhoso ciclo da vida.

O ser é um processo interiorizado, de dentro para fora, envolve abraçar quem você é e ir se lapidando dia após dia. Aqui reside a evolução, ascensão, desenvolvimento, enfim, todo e qualquer progresso humano, de corpo, alma e espírito habita o SER; o TER é apenas uma distração ilusória criada pelo ego.