Os vínculos humanos são rarefeitos, ou seja, de fácil rompimento e foram mais evidenciados após o isolamento social causado pelo Covid-19, em que as relações ocorrem cada vez mais pela rede, internet, e não mais em comunidades, de forma presencial. São apenas conexões superficiais, a ponto de se desligar a qualquer momento.
E qual seria então a tendência pós liquidez das relações? Seria o retorno à verdadeira comunicação, ao olhar em profundidade para com o outro? Haveria uma mutação da conceituação da conexão preconizada por Bauman? Estariam os momvimentos da cultura de paz, da harmônica resolução de conflitos mais evidentes?
É fato que a judicialização de direitos tem gerado o enfrentamento da lide sociológica, a relacional, não apenas ficando adstrito às questões de ordem técnica, material e jurídica. A conexão se torna uma palavra forte em que se busca, com verdade e intenção, compreender o universo do outro com respeito.
Empatia, exposição de sentimentos, validação, vulnerabilidades, todos esses elementos fazem parte do novo olhar aos conflitos, aos direitos, ao outro. E os esforços da mediação e dos métodos adequados de resolução de conflitos são oportunos para a tão necessárias mudança de mentalidade. O que nos afastaria em tempos de isolamento social, em relações líquidas, tem nos aproximado a partir das poderosas reflexões que esse momento gerou.
A internet facilita a comunicação, reduz as distâncias físicas, mas ainda não tem o condão de trazer o afago que o impacto de um toque físico é capaz de fazer, da sensação de ser compreendido na essência, de ter o abraço como forma de aconchego e de reviver conversas cheias de vida e energia.